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VOCÊ É BOM DE TV??

Tem gente que gosta de sair por aí dizendo que é bom de cama. Mas saber assistir à TV é a nova habilidade exigida de quem quer garantir um lazer de qualidade, inclusive para suas companhias mais íntimas. Em outras palavras, se você não gosta de televisão o erro é todo seu, por falta de capacitação para preparar a lista dos seus programas, ou por não ter investido o suficiente para as suas horas de sofá. Isso lhe traz alguma culpa? Possivelmente não, mas convém se preparar para as acusações crescentes que virão contra os passivos observadores de telas ligadas. A sobrevivência de um número cada vez maior de programadoras no Brasil depende de mudanças no hábito de ver televisão. Por isso, essas empresas garantem que, em algum lugar, está disponível exatamente o que você quer assistir.

É nessa onda que a Tim lançou novos serviços na caixa Live Tim Blue Box, por enquanto, apenas para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. É a primeira no Brasil que utiliza a via OTT para acessar TV linear por assinatura. No caso, a Self TV, da TV Alphaville, cujo aplicativo já vem instalado, além dos aplicativos para a Netflix e Youtube. A caixa, nome que está pegando como apelido para o set-top box, permite acessar a TV digital terrestre e o Youtube, gratuitos como sempre foram. Para utilizar o Netflix ou a Self TV precisa adquirir o pacote com as respectivas, para depois acessar pelos aplicativos embarcados.

Parece pouco para convencer o cliente a pagar R$ 599,00 para ter definitivamente a caixa, ou R$ 9,90 por mês, para usar em consignação. A questão é que, por enquanto, a caixa pretende ser apenas a cereja do bolo, a saber, a banda ultra larga fixa que a Tim oferece. O negócio da empresa é vender a banda ultra larga de dados e, para torna-la mais competitiva, a caixa surge como opção.

MANDANDO BEM

Na medida em que a banda alarga mais, a TV cabe lá dentro. Ou melhor, cabem conteúdos mais sofisticados, o que inclui muita coisa que está sendo inventada. Coisas que devem incluir recursos audiovisuais animados, comunicação e interatividade, portanto devem demandar alta velocidade de dados. Por enquanto, o hábito mais enraizado é a TV e seus conteúdos tradicionais, como shows, filmes, séries.

Partindo desse raciocínio, imagine como estão animados os produtores de conteúdos! Eles sabem que as operadoras de telefonia móvel – tradicionais provedoras de banda larga – são empresas altamente capitalizadas, e que enfrentam uma grande concorrência entre elas. Seria muito difícil convencer o mercado de que a melhor coisa do mundo é um Facebook mais rápido. Então, vamos procurar os produtores daqueles conteúdos que enchem os olhos e o tempo ocioso dos assinantes, pra convencer o povo a ficar com a nossa banda larga. A própria Tim tentou essa ligação direta há alguns anos, saiu comprando conteúdos, para oferecer numa parceria com a Sky. Mas descobriu que essa tarefa não é simples. Dessa vez, incluiu uma programadora, no caso, a TV Alphaville. Assim ficou cada um na sua, com os produtores criando conteúdo, as programadoras selecionando e gerando esses conteúdos e as operadoras de banda larga entregando para os assinantes. Um ciclo quase completo, que se fecha perfeitamente quando você faz a sua assinatura. Viu só quanta gente disputando o seu sofá? Por isso, eles contam com o seu ócio investigativo. Não pode ser apenas aquele ócio do passado, zapear já não está mais com nada. Precisa ter a habilidade de procurar o que você quer na TV, como um aluno faz no Google pra fechar o trabalho da faculdade.

PAGANDO BEM MENOS, TAMBÉM TEMOS

Para a operadora de telefonia móvel ninguém pode ficar de fora. O preço deve ser acessível. A Sercomtel, do Paraná, já planeja lançar uma caixa semelhante. A Tim, uma das operadoras mais populares do Brasil, avaliou alguns hábitos dos assinantes da banda ultra larga que ela oferece. E descobriu que 46% deles não tem TV por assinatura. Pudera! Considerando a média de renda familiar brasileira na faixa de R$ 1.000,00, os valores mais praticados no mercado podem comprometer 20% desse total. Por outro lado, vontade é o que não falta aos clientes. Praticamente metade do tráfego da Live Tim (49%) é ocupado com streaming de vídeos. A questão, para a empresa, é apenas oferecer preços acessíveis, o que ela acredita que acontece no caso da caixa que colocou no mercado.

Portanto, tenha toda a atenção quanto aos novos serviços e respectivas ferramentas que vão aparecer por aí. As operadoras falam em agregar novos serviços, vale a pena avaliar a qualidade e a utilidade de cada um deles pra você. Por enquanto, não esqueça que a TV linear é a que tem uma programação fixa, que você não pode alterar e a não linear é como a Netflix, onde você escolhe o conteúdo que quiser na hora em que quiser. O serviço OTT é o que vem pela Internet, você não precisa de cabo nem parabólica, como a Netflix. E agora, também como a Self TV que, mesmo sendo linear, também chega via Internet. E não se esqueça do Ginga C! Ele ainda não está na caixa da Tim, mas pode aparecer em pouco tempo, já que vai ser um padrão adotado para quase um quarto da população brasileira. O Ginga C é um programa para caixas de TV digital que permite o uso de muitos aplicativos bastante interessantes, desde consulta a saldo de bancos, cadastros, pedidos de documentos de órgãos públicos e até cursos profissionalizantes pela TV. Sabendo comprar, aumentam suas chances de acertar. Por fim, leve em conta que muita gente já tem TV no quarto de casa. O que pode exigir do “bom de cama” a habilidade de preencher os intervalos com os melhores programas.

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