BLOG

AS NOVAS RÉGUAS SE MULTIPLICANDO

Quando alguém está medindo alguma coisa é porque ali alguma coisa deve mudar. Em outras palavras, quer dizer que alguém está querendo fazer acontecer algo diferente por ali. Tanto isso é verdade que, quando se vê alguém medindo isso ou aquilo, a curiosidade é imensa. Principalmente se o tipo de medida é diferente.

As métricas escolhidas dizem muito a respeito do que pode acontecer logo depois. E fica mais interessante quando as métricas vêm combinadas, para obter outras medidas. Por exemplo, combinando quilômetros (espaço) com hora (tempo), mede-se uma coisa diferente, que é a velocidade.

E como é que faz quando precisa medir vídeo? Tem medidas novas chegando aí! Até quantidade de piscadas de olho durante a exibição de vídeo são registradas. Também os rápidos desvios da visão do telespectador, para este ou aquele canto da tela, ou para fora dela. Cada movimento importa na hora de avaliar como se consome o principal lazer do planeta. Esses testes são realizados com pessoas convidadas em ambientes equipados para essas medições.

Pode parecer exagero. Mas isso tem a ver com uma batalha que começou quando o mercado viu (sempre ele…) que o futuro do negócio vídeo está na propaganda. É o mesmo modelo da TV aberta no Brasil. De graça para o público, anunciantes pagam a conta. Nos outros países a TV sempre foi um lazer por assinatura, pago. Além da qualidade de som e imagem, a variedade de canais é muito maior. Veio a TV digital aberta e a qualidade de som e imagem ficou igual à da TV por assinatura. Daí veio o streaming, oferecendo de tudo, no gosto do freguês, por um preço mais em conta. Até aí todo mundo sabe. A novidade é que o streaming está chegando no limite da capacidade de compra do mercado. Mas o desejo pelo produto vídeo continua crescendo. Então, chama o anunciante. Essas novas métricas estão surgindo para provar aos anunciantes onde a propaganda é mais eficiente.

O estudo “Aquarelas de Vídeo do Brasil – Explorando o Consumo Cross-media no País” foi divulgado nesta semana. A Cross-Platform View trabalhou sobre os dados da Kantar Ibope Media e a primeira conclusão é de que o vídeo é a mídia de maior penetração e abrangência no Brasil. De acordo com um resumo apresentado no site Teletime, 99,2% dos 74 milhões de lares tupiniquins “foram impactados por conteúdos em vídeo” no primeiro semestre deste ano. Isso engloba vídeo que veio pela TV aberta ou por assinatura, pelo smartphone, tablet, computador, notebook. Coisa que estava no WhatsApp, YouTube, emissoras de TV, aplicativos de vídeo, tudo. A grande questão é em qual desses meios a propaganda é mais eficiente.

A resposta é que depende do contexto onde o comercial é apresentado e não do meio por onde chega. A TV Linear na verdade é o canal de TV que tem uma grade de programação. Talvez a denominação correta fosse “Canal Linear” mas o hábito manteve “TV Linear”. Você olha no relógio, no dia da semana e sabe, antes de ligar a TV, o que está passando naquele canal. Os canais de TV aberta são assim e também muitos da TV por assinatura. Vários estudos comprovaram (inclusive aqueles de piscadas de olho, desvio do olhar…) que a assimilação da maioria das mensagens comerciais é melhor quando são vistas no meio de uma grade de programação, ou seja, em TV linear. Se é no meio de um vídeo que você baixou, o retorno publicitário nem sempre é tão efetivo.

A gente volta agora naquela questão das métricas. Nesse estudo sobre o Consumo Cross-media no Brasil, os dados estão divididos entre “TV linear” e “vídeo on line”. Se você está numa smartTV assistindo a um vídeo do YouTube, ou mesmo da Netflix, você se enquadra na audiência “vídeo on line”. Não importa que o aparelho seja uma TV, mas sim o contexto onde o anúncio foi inserido, num intervalo de um vídeo. Da mesma forma, se você está assistindo à Globo News pelo celular, está na audiência “TV Linear”, mesmo vendo tudo on line. O que importa é o contexto, no caso, uma programação estruturada. Esse tipo de estudo da Cross-Platform View passa a ser mensal. Além dos dados nacionais, tem os dados específicos das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Distrito Federal. 

 

A TV por assinatura está perdendo espaço mês a mês. A TV aberta sempre foi estruturada no modelo TV aberta, com grade de programação. E foi pela TV aberta que o streaming começou a crescer. Agora já tem TV linear que chega via streaming, só para satisfazer o paladar do anunciante.

TWITTER:- “E como é que faz quando precisa medir vídeo?”

FACEBOOK:- “Pode parecer exagero.”

LINKEDIN:- “Mas o desejo pelo produto vídeo continua crescendo.” 

Conteúdo em vídeo atingiu 99,2% dos lares brasileiros no primeiro semestre de 2023

ARQUIVO DE POSTAGENS

Bitnami