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O QUE VEM PELA FRENTE NO STREAMING

A fraqueza das previsões está no fato de que um dia elas vão se deparar com a realidade. Previsões costumam ser narrativas tão espetaculares que até geram paixões. De tal forma que, quando se chega no tempo previsto, tem gente que prefere continuar acreditando na previsão e fecha os olhos para a realidade. Por outro lado, a força das previsões parece estar numa característica humana marcante, a ansiedade. Afinal, quem é que consegue ficar tranquilo ao ver o sol brilhar o dia inteiro, todos os dias, depois de ter semeado o campo? É preciso pelo menos imaginar quando a chuva vai chegar.

Desde a implantação da TV digital, há mais de 20 anos, o setor entrou num redemoinho de ansiedade e decorrentes previsões. Esse movimento tragou indústrias adjacentes importantes, como o cinema, a publicidade, os estúdios e até o ambiente da Internet. Nesse período, a maior transformação de todas foi o surgimento do streaming, que nunca apareceu em nenhuma das previsões, mesmo as mais gabaritadas. O fenômeno do streaming deixou claro que, acima de todos os papéis que a TV pode assumir, ela é um meio de entrega. Aqui, TV é tudo aquilo que acontece a partir das emissoras, até imagem e som chegarem na sua tela. Esse é o negócio TV. A TV a cabo agregou muita qualidade e quantidade na entrega. Por isso passou à frente, convivendo com o sinal aberto. Esse ecossistema foi muito bem até com o videocassete, o DVD. Mas o sinal digital começou a mudar tudo. Ele fez com que o aparelho televisor – que foi o início de tudo isso – se tornasse muito mais sofisticado. Deu um salto na qualidade de som e imagem. Agregou até o sinal de Internet, que virou o rastilho de pólvora para a explosão do streaming.

Na primeira década do streaming os grandes operadores só viam o próprio umbigo. O crescimento rápido, inclusive da concorrência, os fez colocarem os pés no chão. Agora eles dependem da publicidade para crescer. É precisamente aí onde está toda a ansiedade da TV hoje. Até onde as verbas publicitárias podem catapultar o streaming?

Tem gente falando que o fim da TV linear “é apenas uma questão de tempo”. Esquecem que na maioria dos casos a assimilação de anúncios é maior no formato linear. A tal ponto que canais lineares estão sendo criados no mundo todo só para streaming. São canais com grades semanais, em que você pode contar com cada programa, no horário certo, a cada dia da semana. São os mais procurados para a veiculação de campanhas publicitárias. Eles contemplam o perfil passivo do consumidor que volta para casa e, no sagrado descanso diário, não quer ter o trabalho de procurar ao que assistir. É plug & play, quase nada além disso.

Na década de 1970 houve vários comentários relacionando o sucesso da TV Globo à melhor distribuição dos programas na grade. É a característica inata à TV linear. À época o levantamento de dados era uma fração minúscula se comparado com o que existe hoje. Em tempos de streaming uma infinidade de dados parece confirmar que o feeling de 50 anos atrás foi certeiro. Sim, a melhor grade deve ter sido uma das razões do sucesso. A lição que ficou para os dias atuais é categórica: streaming não é tudo a mesma coisa. A plataforma é a diferença. Ela é que pode oferecer as condições para criar um canal atraente. Pode ser um canal linear, com a grade certa para o seu público. Ou uma plataforma com outras funcionalidades, como cooperativas, provedores de internet, igrejas, clubes esportivos, treinamento, palestras.

A Univesp – Universidade Virtual do Estado de São Paulo utiliza a plataforma EiTV Cloud. São cursos de graduação ministrados por professores da USP, da Unesp e da Unicamp via Internet. Pela versatilidade do canal, em breve algumas disciplinas optativas, sobre temas de interesse geral, vão estar abertas para qualquer pessoa interessada. A facilidade para vencer a concorrência pública veio da ampla variedade de formatos e ferramentas disponíveis na plataforma EiTV Cloud. Por exemplo, tem suporte a todas as mídias digitais. Pode ser PDF, imagens, documentos Word, Excell, Power Point, HTML, para qualquer tela, do e-book à TV 4K, celular, tablet, notebook, desktop, em Android, Apple TV, IOS, Roku, Fire TV, Android TV, Samsung, LG.

O SPCine é outra plataforma pública white label da EiTV Cloud. Vários recursos aplicados nem foram exigidos no edital, pois pareciam inviáveis. Mas fizeram sucesso quando apresentados. Um dos principais é uma ferramenta – com treinamento oferecido pela EiTV – que permite ao próprio gestor da plataforma fazer alterações. Isso oferece uma dinâmica e uma flexibilidade que aumentam a atratividade do conteúdo. Principalmente para um canal que oferece cultura e entretenimento, como forma de promover o cinema nacional. Inclusão de banners, destaques, é liberdade total na organização do conteúdo. Assim a ideia de negócio pode ser aplicada na plataforma e não o contrário. Sem contar a disponibilidade dos layouts das plataformas mais acessadas no mundo, tornando a navegação mais simples, intuitiva. Entregar um conteúdo pode se tornar algo muito mais convincente, dependendo da forma. Pergunte a uma noiva que recebeu o anel num estádio de futebol.

 

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