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O VAI E VEM DAS TECNOLOGIAS DE TV

Casal muito simpático, foram visitar o netinho. Menino inteligente, já está com 5 anos. É ele que liga a TV para o vovô ver o futebol no domingo à tarde. Vivemos tempos high tech e não é qualquer um que sabe mexer nos controles remotos. Sim, uma TV, pelo menos dois controles. Um liga a TV, outro o sinal a cabo. Muitos botões em cada um, se apertar algum errado… lá se foi a tela da partida. E pra achar aquilo de novo? Qual controle, quais botões? Na casa da outra filha os controles são diferentes, mais complicados. É a tecnologia, novos tempos!

Hoje o netinho conversa com o vovô sobre vestibular. Cresceu, vai bem na escola, quer ser geólogo. Ele gostava de documentários sobre o assunto desde criança. Lembra daquele sobre diamantes que passava toda semana no National Geographic? Não, não era capítulo, era o mesmo que repetia.

Agora, na hora do futebol, o vovô já se vira sozinho. O controle remoto é um só, bem mais simples. Na casa da outra filha ele conversa com a televisão. Mudança de canal, volume, tudo por voz. Dentro de pouco tempo vem a TV 2.5, logo em seguida a NGTV, ou TV 3.0. Só vai precisar do celular para fazer o que quiser na TV. Ou no celular mesmo, assiste de tudo. Além de um monte de novidades anunciadas, muitas outras mudanças cabem nos novos sistemas. Criatividade em aplicativos é suficiente para um extenso menu de jogos, lojas virtuais, serviços, até cursos. Estamos falando da TV aberta, por onde o streaming traz uma infinidade de séries e filmes, a preços menores do que na TV a cabo.

Há pouco mais de 10 anos a mídia especializada falava muito sobre o fim da TV aberta. Sinal digital, imagem 4K, tudo isso era pensado apenas para assinantes. O tempo passou e a ameaça concreta hoje é sobre os canais pagos. Uma tendência mundial. Nos Estados Unidos as operadoras perderam cerca de 20% dos assinantes nos últimos 5 anos. Tudo bem, sobraram 73 milhões de clientes, divididos entre as empresas do setor no país. Mas isso é equivalente ao número de assinantes americanos de um único serviço de streaming, o Netflix. Outro serviço de streaming recente, o Disney+ lançado em novembro de 2019, já ultrapassou a marca global de 100 milhões de assinantes.

O que mais preocupa as operadoras é que o ritmo de encolhimento está acelerando. Nos últimos três anos a saída de assinantes nos Estados Unidos chegou a 13 milhões, quase o total de assinantes em todo o Brasil. Por aqui o Netflix já supera os canais pagos há algum tempo. Mesmo no ano passado, em plena pandemia, que fez crescer as horas em frente à TV, assinantes continuaram fugindo do boleto das operadoras, ao migrarem para serviços OTT. A transmissão digital já garante para a TV aberta a mesma qualidade de som e imagem dos canais por assinatura. E os modelos smartTV trazem, em forma de aplicativos, diversos serviços de streaming, como o Netflix, o Disney+ e tantos outros.

As TVs por assinatura estão reagindo com novas tecnologias. Por exemplo, com uma nova arquitetura das redes de transmissão, que deixa com os usuários caixas (set-top boxes) tipo Media Players Inteligentes. Hugo Ramos, da CommScope, disse ao site Teletime que essas caixas, baseadas em vídeo sobre IP e conexão wi-fi, são muito mais simples para instalar e facilitam a experiência do usuário, principalmente para o streaming dos serviços OTT. Ele acredita que, mesmo sofrendo essa forte queda no mercado, a TV por assinatura continuará sendo uma “superagregadora” do mercado de conteúdo em vídeo, em função de outros serviços que oferece. Por isso, não deve desaparecer.

No Brasil a TV por assinatura enfrenta ainda a dificuldade diante da concorrência criminosa da pirataria. Por aqui é muito simples encontrar aparelhos tipo IPTV, para furtar acintosamente conteúdos sobre os quais as operadoras pagam direitos autorais. Por outro lado, seja por esse motivo ou qualquer outro, os usuários reclamam da qualidade e do preço alto. As grades de programação repetem muito conteúdo e, são interrompidas por longos intervalos comerciais. Essa situação se arrasta há muitos anos. Vez por outra alguma ação policial atenua o peso da pirataria. Mas o efeito, geralmente, é por pouco tempo.

O que só tende a crescer é o uso cada vez mais intensivo de novas tecnologias, sempre com três características dominantes: melhorias perceptíveis na experiência, simplicidade no uso e tendência de redução de preço.

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