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O GLAMOUR VIRTUAL DA SET EXPO 2015

Há alguns anos as feiras de tecnologia de televisão causavam ansiedade. Tinha tanta máquina curiosa, diferente, que o ambiente era excitante. Depois da revolução recente que a transmissão digital causou na engenharia de televisão, aqueles equipamentos surpreendentes deixaram de ser novidade, já chegaram aos lares, aos sets de filmagens, fazem parte do cotidiano dos profissionais. O que tem de novo agora é muito técnico, não convém tentar explicar para leigos. Tudo está virando algoritmo e quem não fala essa língua não tem com o que se divertir ali.

Por outro lado, os nativos desse mundo não podem ignorar aquele território do Center Norte, onde vai ser hasteada a bandeira da SET na próxima semana. Engenharia de televisão está se tornando uma área de conhecimento cada vez mais ampla, os avanços tecnológicos são muitos em pouco tempo e nada indica que esse ritmo vai diminuir. Pelo contrário, a tendência é acelerar. As plataformas audiovisuais encontram novas aplicações a cada dia, novos modelos de negócio se estabelecem, gerando altas demandas. E o que é melhor, aqui pra nós, é a oportunidade de nacionalização para o Brasil dessa tecnologia.

Durante a próxima semana, de terça a quinta-feira, a SET Expo 2015 vai trazer todas as alternativas para um momento histórico da TV brasileira: de um lado, o peso de alguns compromissos oficiais, de outro as perspectivas de alívio para os custos das emissoras. O switch off do sinal analógico já aparece no calendário deste ano para algumas praças, por isso as emissoras que ainda não migraram para a transmissão digital não podem mais adiar. Por outro lado, algoritmos do tipo que engolem custos, vão estar em várias partes da feira.

TUDO VAI PRO AR

Algumas tendências observadas na NAB 2015, o maior evento de engenharia de televisão do mundo, realizado abril, em Las Vegas, apontam para a virtualização das emissoras. “Pôr uma emissora no ar” pode se tornar algo muito diferente do que é hoje. Não se trata apenas de pôr a programação no ar, para ser sintonizada pela audiência. A tendência é que muitas máquinas que hoje ocupam salas de acesso restrito passem de uma vez para a nuvem, ou seja, vão “ficar no ar”. Sistemas como o MAM – Media Asset Management – trazem para emissoras a facilidade de gerenciar, de um único ponto, conteúdos em vários formatos e padrões, com acesso rápido e seguro para a produção diária. A tendência agora é que esses sistemas migrem para plataformas cloud, com interfaces práticas para operar de qualquer PC.

Seguindo essa tendência a engenharia de software tende a reduzir as tarefas de muitos equipamentos a algoritmos, que ficariam trabalhando nos servidores de grandes bancos de dados, como os da Amazon. Ampliar a produção ou a programação de uma emissora vai passar a ser apenas um contrato com mais demandas junto aos grandes datacenters.

EFICIÊNCIA QUE SÓ A TV BRASILEIRA TEM

Dentro dessa tendência, o estande da EiTV na SET Expo 2015 terá, entre as novidades, mais funcionalidades da EiTV CLOUD. Uma plataforma que não suporta a virtualização de uma emissora, mas já permite operar serviços OTT, sistemas de vídeo on-demand e até transmissões ao vivo. Um dos equipamentos que pode estar associado a EiTV CLOUD é o EiTV smartBox. Ele chega à SET Expo como a primeira caixa de TV com o Ginga C no mercado brasileiro. E esse promete ser uma das estrelas da próxima feira, em 2016.

O Ginga C, que este ano começa a ser distribuído para uma população de 50 milhões de brasileiros, tem potencial para se tornar a nova plataforma comercial e de serviços no Brasil. Ou melhor, como é viável dentro do SBTVD, o Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, o Ginga C pode se firmar em boa parte da América do Sul e da África. Esses 50 milhões de brasileiros vão receber o middleware embarcado em um set-top box distribuído gratuitamente, como compensação das teles, que farão o apagão analógico em algumas praças. Para quem quiser adquirir um equipamento no mercado já vai contar com o EiTV smartBox, que é voltado para os desenvolvedores de aplicações Ginga C. Como base de aplicativos, o pacote “Brasil 4D”, desenvolvido pela estatal EBC, oferece serviços em bancos federais, cursos profissionalizantes, acesso a diversos serviços públicos, cadastro em bancos de dados para empregos e outras funcionalidades. Mas o mercado tende a produzir muitas outras aplicações para entretenimento, serviços privados e até mais serviços públicos, em níveis estadual e municipal. Tudo isso junto ao lazer predileto do Ocidente, a televisão. Muito provável que as grandes redes acabem “turbinando” o Ginga C com aplicativos voltados para grandes eventos e programas de maior audiência.

A partir de lançamentos desse tipo dá pra pensar na SET Expo 2016 voltando a provocar a mesma sensação de ansiedade das feiras de antigamente. O Ginga C traz de volta a face dócil e atraente da tecnologia para o ambiente da engenharia de televisão, com perspectivas empresariais de grande originalidade.

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