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QUEM NÃO SE COMUNICA… É PORQUE NÃO AGUENTA MAIS

“-Falaí, véi…”

“-E aê, mano. Suave na nave?”

“-De boa! Tá ligado no esquema que rola hoje na Sakê?”

“-Meu, tá com nada a Sakê. Não volto mais lá, as minas mó metidisse. E nem é hoje, foi ontem o esquema lá.”

“-Nada, véi, é hoje. A Cinara me falou. E a Sakê é manero, tu que ainda não atentou pro clima.

…”

Nesse português, digamos, exótico, vai demorar um tempo até um interlocutor entender exatamente do que o outro está falando. Sem contar outros comentários que podem esticar a conversa além do conveniente, pelo menos para um dos dois lados. E foi justamente “conveniência” a principal vantagem relatada por usuários de apps de mensagens – tipo WhatsApp, Facebook e similares – em relação a chamadas de voz. Você pode se comunicar com mais eficiência, sem precisar desviar o foco do que está fazendo.

A comunicação começa a encontrar os limites humanos. Com isso, alguns fenômenos surpreendem quando deixam a teoria para serem observados no mundo real. Há 50 anos a expectativa era por um futuro onde todas as ligações telefônicas fossem de vídeo. Já pensou!? Pra falar com o chefe teria antes que passar no espelho, se arrumar. Imagine se ele resolve atender do banheiro!

Por essas e outras, serviços de mensagens estão entre as apostas nas prospecções de mercados para os próximos anos. Os desenvolvedores vão precisar de criatividade para encontrar novidades capazes de diferenciar seus aplicativos. Exceção para as mensagens entre coisas. No mundo IoT só existe a resposta certa para cada mensagem.

TEM MUITO ASSUNTO PARA ESSAS COISAS

A Internet das Coisas (IoT) é o horizonte mais extenso para quem respira TI. E isso já faz algum tempo. O mercado começa a apresentar produtos mais práticos e menos conceituais, que servem apenas para aumentar o movimento em stands das grandes feiras. O uso já é antigo mas agora, com perspectivas de compartilhamento de espectro, avanços nos smartphones e um nome mais sugestivo, o IoT é o futuro que finalmente está chegando.

Uma tendência é o forte investimento por parte das teles, as operadoras de telefonia. Elas sofreram um forte impacto com aplicativos de mensagens dos mais diversos, depois de vários anos ganhando muito sem fazer quase nada. Pensando bem, elas é que deveriam ter inventado o WhatsApp. Com tanto dinheiro e tão imersas nas tecnologias de comunicação, era só se mexer um pouco que a ideia teria surgido.

Esse pecado elas não querem repetir na Era IoT. Uma das operadoras brasileiras já anunciou um aplicativo de segurança doméstica. Do celular é possível saber até o horário em que cada porta ou janela foi aberta ou fechada, além do acesso a microfones e câmeras, ao vivo ou respectivas gravações. O mesmo princípio deve ser utilizado pela mesma empresa na segurança de automóveis. Tomara que soluções desse tipo façam, pelo menos, calar os alarmes.

São produtos de larga aplicação que já estão nas prateleiras. E muitos mais devem surgir, envolvendo quase tudo que está em uso. Bem “instanciadas”, coisas podem bater longos papos. E resolver muitos problemas enquanto você medita.

SEM LIMITES NO TEMPO OU NO ESPAÇO

Por ter uma perspectiva de aplicações próxima a 360o, o IoT está utilizando estratégias diferentes de desenvolvimento de produtos. Há casos em que as grandes empresas proprietárias estão fazendo parcerias com startups e até com incubadoras de universidades. Afinal, onde encontrar especialistas em todas as coisas? Então, melhor se juntar aos geradores de ideias e conhecimentos pulverizados pelo mercado. É onde estão perdidas as grandes criações.

O Brasil precisa de uma infinidade de soluções que a Internet das Coisas pode prover. Mas é necessário ter os pés no chão. Pensar na “casa inteligente”, onde pode-se ligar o ar condicionado quando estiver chegando, também a luz da garagem e ainda abrir a porta dos fundos, é bonito em filmes americanos. Num país onde poucos lares contam com itens desse tipo, só mesmo os pequenos desenvolvedores vão ter a vivência e a sensibilidade para descobrir os verdadeiros nichos para novas aplicações.

Paralelamente a esses desafios deve-se considerar a necessidade de grandes investimentos em segurança desses sistemas. As coisas falam com qualquer um, caem fácil numa boa conversa. Isso pode representar uma ameaça sem precedentes na privacidade das pessoas em geral.

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