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OS PROVEDORES INTERNET E A CHANCE DA VOLTA POR CIMA

O ano é 1995. O “cara” a ser seguido não tinha como ter conta no Twitter, nem no Facebook. Mas podia ser identificado pelo cinto, onde ficava agarrado um pequeno aparelho. Tinha uma tela LCD e duas teclas. De repente aquele aparelho soava, tipo 007. Na tela aparecia um número de telefone, o cara ia até o orelhão mais próximo e estava conectado com a base. A tecnologia era conhecida como bip, dependia de uma estrutura grande, centrais de recados que funcionavam 24 horas. Mesmo assim era uma solução, naqueles tempos em que celular era muito caro, não se via nem em novela. Os bips, poucos lembram deles hoje. Já o e-mail, celular, tablet, viabilizaram muitos outros negócios que empregam muita gente.

A tecnologia tem esse dom, transforma rápido a sociedade, as pessoas. Há 50 anos, montar uma emissora de rádio era um investimento e tanto. Hoje, qualquer um pode abrir um site e colocar uma web rádio no ar, até uma web TV. Então por que o seu sonho distante não pode virar verdade em pouco tempo, se uma nova tecnologia viabilizar?

A Lei que regulamenta os SeACs – Serviços de Acesso Condicionado ao audiovisual, como TV a cabo, provedores ISP de acesso à Internet e similares, está em discussão no Supremo Tribunal Federal. E traz um sonho aparentemente distante para os pequenos provedores. Talvez você ainda tenha uma conta deles, porque no começo da Internet o acesso era discado, dependia de um provedor para conectar a conta do Yahoo ou Hotmail. Pois é, a nova lei vai permitir reverter o movimento das operadoras de TV a cabo, que há alguns anos passaram a ser também provedoras de banda larga e faliram vários provedores. Agora, os pequenos ISP vão ter permissão para operarem canais por assinatura. Por enquanto, para a maioria deles parece um sonho distante, porque o modelo padrão de operadoras de TV a cabo é muito caro. E a tal da tecnologia, será que não tem uma solução pra isso?

A VIABILIDADE CIBERNÉTICA

É só mais um desafio de criatividade que os pequenos provedores tem pela frente. A virtualização das redes, ou tecnologia “cloud”, pode trazer esses custos atuais – que estão nas nuvens – para níveis troposféricos, aqui em baixo, onde dá pra respirar. Desde que os conteúdos subam para as nuvens, ou seja, fiquem na rede virtual. Em outras palavras, seria a tecnologia OTT como solução. A diferença é que seria um “micro OTT”, um produto novo, que vai desafiar a criatividade dos pequenos provedores. Eles não terão como concorrer com todo o conteúdo que o Netflix tem. Mas podem oferecer uma parte, além de produções locais, enfatizar alguns assuntos mais especificamente. A bola está com eles, que façam um bom jogo.

A tecnologia existe. A caixa EiTV smartBox oferece a possibilidade de disponibilizar conteúdo OTT suficiente. Bem administrado, o conteúdo pode ser muito atraente. Além disso, a caixa recebe todos os canais abertos com a mesma qualidade da TV a cabo Full HD, oferece como opção vários games e apps on-line.

Uma pesquisa recente, realizada pela empresa CVA Solutions, apresenta dados que podem ser interpretados como um grande potencial de mercado para os pequenos provedores. Dentre os assinantes de operadoras de TV, 64,2% escolheriam outra operadora se não fosse tão complicado fazer a mudança. No caso da banda larga de Internet 68,5% dos clientes também mudariam. O público apontou as dificuldades contratuais como principal problema. Mas é de se considerar que a falta de opção também deve estar contribuindo para que continuem aceitando serviços precários.

MUITO ALÉM DA TECNOLOGIA

Antes de desistir de uma boa ideia tem que procurar uma solução tecnológica. Haverá situações em que a tecnologia poderá tornar a ideia até mais interessante, reduzir custos, melhorar a qualidade. Em outros casos, pode parecer que não há tecnologia adequada. E é aí onde a melhor orientação técnica é indispensável. Muitas soluções “lindas” podem surgir de um arranjo “Frankenstein”: pega um tipo de tecnologia aqui, associa a outra tecnologia dali e, no final, obtém o efeito desejado. Foi usando tecnologia de jogos, associadas a equipamentos fisioterápicos, que se chegou à solução mais eficiente, segura e barata para tratamento de muitos pacientes com determinado tipo de lesão. Não precisou inventar nada, só reorganizar.

Portanto, o que está em jogo é a criatividade. Não só para os pequenos provedores ISP, como para tantas outras mentes inquietas, que tem a capacidade de perceber onde pode surgir um grande negócio. Uma grande ideia não depende de um gênio capaz de inventar tudo que é necessário para coloca-la em prática. Ninguém sabe tudo sobre todas as tecnologias disponíveis. Por isso existem especialistas capazes de sondar as áreas certas, trocar informações com outros especialistas, até montar o “lego” mecânico/cibernético que você precisa. Ainda bem que a criatividade de descobrir grandes negócios nenhuma máquina tem e nunca vai ter. É a chance para pessoas decididas alcançarem o sucesso.

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