sexta-feira, 09 de março de 2018
Computador “marca” Frankenstein. É dos tempos áureos do desktop, quando a micro informática estava dominando empresas e lares. As grandes marcas lideravam o mercado varejista e capitalizaram intensamente todo o segmento TI.
A típica arquitetura PC tinha um projeto modular. Isso facilitava que novas funcionalidades fossem acopladas em casos específicos, dependendo da necessidade de cada cliente. Foi também o que permitiu uma rotina de upgrades, na medida em que os avanços tecnológicos acontecessem primeiro neste ou naquele componente da máquina.
Ora, se eu posso comprar as partes no mercado e, fazendo as contas, sai mais barato do que pagar pela grife da máquina, eu construo o meu PC aos pedaços. Ou, o PC Frankenstein.
Novas marcas surgiram assim e se estabeleceram no varejo. Na indústria, fabricantes de componentes “segunda linha” entraram na concorrência, sem a rigidez do controle de qualidade. A corrida high tech acelerou tanto que, os que combinavam preços mais baixos com produtos de qualidade não apenas lideraram, mas passaram a dominar o produção em seus segmentos. Uma liderança que sempre esteve longe de ser um lugar confortável.
O mercado entrou em permanente estado de espanto. Assombro, muito além da imagem do mito Frankenstein. Por isso, liderar significava ter mais dinheiro para investir e a obrigação de surpreender mais. Um piscar de olhos poderia levar o seu produto à desaparecer sob uma novidade disruptiva.
Nessa linha do tempo parece que estamos chegando a um ser humano acostumado com a tecnologia movimentando tudo ao seu redor. E isso nos torna mais exigentes. Se uma emissora de TV transmite ao vivo, por que a camera do meu celular também não o faz? Se o avião voa a maior parte do percurso sozinho, por que meu carro depende tanto de mim?
É esse nível de exigência que está combinando recursos tecnológicos disponíveis para novas soluções. Com o cuidado de não gerar Frankensteins, e sim conforto e beleza. Criatividade abrindo novas frentes de negócios.
“DESIGNERS” DO FUTURO PRÓXIMO
Não tem nada a ver com aquela coisa improvisada, que funciona precariamente, abaixo dos padrões das grandes marcas. Pelo contrário, são equipamentos de ponta, desenvolvidos por empresas sérias, ainda que pequenas, em alguns casos. Elas não querem oferecer mais do mesmo para a base da pirâmide. Ao contrário, querem aquela ponta lá do alto, que paga bem por produtos exclusivos. O mercado empresarial também está na meta. Esses produtos aparecem numa matéria do site IDGNow.
O Light Phone 2, por exemplo, atende o lado mais prático do celular. Pense bem, não é toda hora que você quer tirar fotos ou entrar no Facebook. Principalmente quando entra numa planta industrial, onde fotos e vídeos são proibidos. O Light Phone 2 só faz e recebe chamadas, envia e recebe mensagens, executa funções básicas do autêntico telefone celular. O diferencial está no tamanho, comparável a um cartão de crédito, para guardar na carteira. Como 4G LTE ele se torna um equipamento secundário, enquanto o smartphone principal está guardado no melhor lugar. Em breve, talvez as grandes marcas lancem seus modelos de ponta com um light phone como acessório.
No outro extremo das dimensões está o Power Max P16K, fabricado pela Energizer. Ele tem o dobro da espessura e do peso dos Androids em geral, mas a bateria é de 16.00mAh. Significa que pode ser usado por uma semana a cada recarga.
Para outro segmento, o Movi Smartphone chega para impressionar. Produzido pela Wireless Mobi Solution traz um projetor a laser de 50-lumen, capaz de projetar a própria tela em até 100 polegadas, com resolução 720p. No mais, é um Android de nível intermediário, bateria de longa duração (faz até 4 horas de projeção) e tem câmeras de até 16 MP. Para aquele velho desafio de apresentar um negócio durante 15 segundos, num elevador, é um diferencial e tanto.
Os televisores também estão se diferenciando. Querem se tornar peças de decoração ou até paredes do cômodo. Logo vão entrar nas matérias obrigatórias dos arquitetos. Os tradicionais, de ambientes. A Samsung, por enquanto, é quem mais investe na estratégia. O The Wall, o paredão modular que chamou atenção durante a CES 2018, chega para o mercado em agosto. Dentro do imenso display o usuário escolhe as dimensões da tela da TV. E a imagem decorativa que quer ao redor. Pode ser uma parede de tijolinho a vista, um bosque.
O cabo único, de fibra ótica, ligado a um hub, agora conduz também energia. Um detalhe importante para essa nova finalidade dos televisores. Modelos da linha QLED, com telas menores, podem ser emoldurados e fixados, na vertical ou horizontal. Enquanto desligados, exibem obras de arte ou outras imagens que você escolher, no tamanho que quiser. Os arredores da tela fazem um fundo branco, quebrando a tradição da tela preta na sala. Se é complicado operar? Tudo por comando de voz, pelo assistente Bixby.
São recursos que você já viu antes. Mas nunca estiveram tão bem harmonizados. É o inverso do antigo paradigma Frankenstein.
VOCÊ AINDA NÃO COMEU SEU MELHOR HAMBÚRGUER
Os prazeres são assim. Podem crescer muito com uma simples tostada, ou com um ingrediente aparentemente estranho. É o chocolate com menta, ou até com pimenta, a pizza de berinjela, ou de goiabada, churrasco de chão ou na grelha.
Na medida em que a tecnologia vai sendo domesticada ela cresce também como instrumento de prazer. A qualidade dos “ingredientes” passa a ser exigência obrigatória, para que os destacados chefs cheguem à melhor receita para ser apreciada.
E já que a comparação chegou à cozinha, vale atentar para outra máxima dos grandes chefs: bom gosto não é necessariamente caro. A boa comida caseira, receitas tradicionais como uma boa galinhada, também são desafios que podem render sabores especiais.
Aqui no caldeirão TI, atente para o que a combinação cloud e mobile vem produzindo. Dados em escala infinitesimal, em qualquer formato, acessíveis a todos os comandos, de forma interativa, sem limite de participantes. E lá se vão gavetões de aço, toneladas de papéis, fitas magnéticas, salas e paredes, tudo para o espaço. Mas também para a ponta do seu dedo. Tudo com a segurança que você jamais teve das empresas de vigilância ou das apólices de seguro.
As plataformas EiTV Play e EiTV Cloud trabalham com arquivos audiovisuais. Com elas, é possível criar verdadeiras “emissoras de TV” segmentadas, abertas ou por assinatura, com mais interatividade do que se pode ver nas emissoras convencionais. São fortes instrumentos de monetização de conteúdos, de massificação de mensagens, de fidelização de grupos. O ambiente só muda no layout do seu canal, com a marca da sua organização.
A tecnologia de consumo está deixando de ser aquela máquina curiosa, que fica em exibição num pedestal, que ocupa um lugar de destaque da sua casa. Hoje a gente se familiariza rápido com elas e assim, passam a estar, cada vez mais, a serviço dos nossos desejos. E até caprichos.
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