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COMPLICAR MAIS, PARA SIMPLIFICAR DEPOIS

Sabe aquele seu cunhado folgado, que não faz nada e passa o dia em frente à TV, zapeando pra cima e pra baixo? Pois é, convém lançar um olhar diferente sobre o moço. Ele pode se tornar o precursor de uma das profissões mais valorizadas num futuro bem próximo. Talvez essa profissão seja denominada “Curador de Conteúdos Audiovisuais”. Quem sabe, Personal Screen, uma vez que personal está na moda e já existe até para arrumar gavetas e guarda-roupas.

Um estudo realizado pelo ConsumerLab TV and Media, da Ericsson, traz indicadores surpreendentes, sendo que um deles trata dessa grande oportunidade para o seu cunhado. O tempo gasto pelo consumidor de audiovisual para procurar conteúdo está próximo a uma hora por dia! Só no último ano essa média de tempo cresceu 13%. A situação é consequência da gigantesca produção disponível. E o povo acompanha. Estamos batendo novo recorde histórico da média de consumo audiovisual, chegando a 30 horas por semana. Isso sem contar a hora diária para escolha.

A pesquisa foi feita em 13 países (coincidência!), Brasil entre eles, claro. Na amostragem de 20 mil entrevistados online foram selecionados apenas os que têm banda larga residencial, acessam a Internet quase que diariamente e assistem à TV ou vídeo pelo menos uma vez ao mês. Os organizadores do estudo dizem que essa amostra representa um universo de cerca de 1 bilhão de consumidores.

Para efeito de conteúdo, o estudo inclui tudo que pode passar em uma tela: TV linear, serviços ao vivo, VOD (Internet), DVR e os “tiozinhos” tecnológicos DVD e Blu-ray. A preferência é pelos serviços sob demanda (VOD), segundo declararam 60% dos espectadores. Em 2010 essa preferência estava em 40%. A tendência pela escolha, diante de uma oferta cada vez maior de conteúdo, fez com que 70% dos entrevistados citasse a necessidade de um “Google” do audiovisual, capaz de rastrear tudo que estiver disponível na TV e nos outros serviços audiovisuais existentes. Apple TV e Android TV já oferecem algo do tipo. Quem passa o dia em frente a uma tela deve ter alguma contribuição a oferecer.

VALORIZAÇÃO DO INDIVÍDUO

A plataforma usada por esses consumidores é outro detalhe importante do estudo. Foram consideradas também as móveis, como notebooks, tablets e celulares. A TV da sala ainda lidera, mas a previsão é de que as plataformas móveis se igualem como meio para este consumo até 2020. Atualmente, a quantidade dessas plataformas móveis no mercado aumentou 85%, se comparado com o que tinha em 2010. Quem puxou a média foram os smartphones, que hoje passam de 2 vezes e meia o total de aparelhos do gênero disponíveis no final da década passada.

Da quantidade de minutos de audiovisual consumidos por pessoa, 20% são exibidos pelo smartphone. Isso inclui TV aberta e por assinatura, além dos outros serviços via Internet.

Essa combinação de “preferência por serviços sob demanda (VOD)” e “plataformas móveis” é auto explicativa, já que apontam para o consumo individual. Outro dado relevante é que a maior parte dos consumidores de vídeo sob demanda está numa curta faixa etária, entre 16 e 19 anos, ou seja, nativos digitais que tinham menos de 10 anos quando surgiu o smartphone. Dessa turma aí, mais de 60% usam o smartphone para assistir audiovisuais em geral.

Os dados são especialmente relevante se considerar que eles estão na fase da vida em que assumem o controle quase total sobre o que consomem. Tem ainda o fato de que serão os adultos do futuro e tendem a puxar toda uma geração para o mesmo caminho. A forte variável fica por conta das novas tecnologias que podem surgir nos próximos anos. Os óculos VR, por exemplo, são fortes candidatos a assumirem um lugar de destaque entre os dispositivos móveis. Muita coisa ainda pode vir pela frente.

TECNOLOGIA RESOLVE TUDO

Nessa história do audiovisual o Brasil já tem um lugar guardado. Temos a tradição da TV aberta, que chega em casa de graça, com qualidade suficiente para manter boa parte da família na sala. Mesmo assim, cerca de 20% dos entrevistados no estudo já pagam por algum serviço por assinatura, TV ou VOD. O audiovisual, se não é um gênero de primeira necessidade, com certeza é de primeira comodidade. Tem que ter alguém que nos atenda, que assuma o compromisso de nos trazer algo cada vez melhor. Não dá mais para ficar sem TV porque as 3 ou 4 novelas daquele horário não agradam.

É a tecnologia descobrindo o homem. Os novos recursos permitiram avanços consideráveis nas produções, aumentam a qualidade, reduzem custos, facilitam a operação. O ritmo das transformações é crescente. Com a quantidade de conteúdo disponível, a resposta do mercado não foi pelo mais barato, mas se consolida cada vez mais em direção ao melhor. Sendo assim, pagar passa a ser natural. Por isso TV aberta e por assinatura se complementam. A guerra pelo espaço no mercado audiovisual não existe, porque ele se expande mais e mais.

O público dá sinais claros de que não quer abrir mão de nenhuma das alternativas disponíveis. Até porque a tecnologia, novamente ela, encontrou todas as soluções para a nossa ansiedade. A tela do celular teve rápidas soluções para sintonizar a TV aberta digital, como a tecnologia 1-SEG, baseada em uma antena UHF integrada no aparelho.

Mesmo assim o mundo broadcast vem descobrindo nas novas plataformas, como a EiTV CLOUD, novos rumos para atrair ainda mais a audiência. Uma solução que já superou expectativas e mesmo assim não está esgotada, uma vez que novos recursos são implementados semanalmente na EiTV CLOUD.

É assim que o audiovisual está rompendo as referências de tempo. A questão não é mais saber o que vai passar na TV num tal horário. Mas sim o que quero assistir, à hora em que eu quiser e de acordo com o astral do momento. Com certeza, se puder complicar mais na escolha, a gente não vai deixar passar.

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