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O MOBILE, MAIS LONGE DO QUE SE PREVIA

A sabedoria popular não erra. Mas já começa a ganhar alguns adendos. As vovós de tempos atrás – quando era mais comum receber visitas em casa – tinham um aforismo na ponta da língua: “crianças, ou namorados, quando estão muito em silêncio, convém dar uma olhada”. E tinham razão! Crianças em silêncio estavam procurando coisas no armário alto da cozinha, fuçando na geladeira, enchendo alguma pia de água, fazendo traquinagens. Já no caso de namorados… bem, os próprios exemplos ninguém esquece.

Nos dias de hoje o silêncio no cômodo ao lado pode ter um motivo plenamente aceitável. Sim, um bom filme, um desenho animado ou videogames. O “adendo” ao saber popular surgiu depois que smartphones e tablets se popularizaram. Cada pessoa passou a ter uma tela pessoal, acessível em qualquer lugar. Não demorou nada para que inventassem maneiras de preencher esse espaço de exibição tão privado. A tecnologia “mobile” não sai mais da cabeça de quem produz conteúdo de qualquer espécie.

Um dos segmentos fortes na disputa por essas telas é o OTT (Over The Top), que tem como principal estrela mundial o Netflix. A empresa, desde a fundação, vive uma expansão vertiginosa. Surgiram concorrentes, que também crescem rápido, reforçando a impressão de que o limite desse mercado ainda está longe de ser avistado. O que atrapalha é a falta de infraestrutura, que fez uma Internet bem menor do que as reais necessidades do mercado.

OBSTÁCULOS EXISTEM PARA SEREM SUPERADOS

Em países em desenvolvimento, como é o nosso caso, o OTT está engessado com os provedores de banda larga. As redes são insuficientes, instáveis em muitos pontos, caras. Relativamente, cobrem uma parte reduzida deste imenso território e ainda, em boa parte, são providas por empresas de TV por assinatura, que não gostam da concorrência dos serviços OTT. O problema é que “o caminhão está maior do que a estrada”, fica difícil fazer a entrega.

Neste mês de fevereiro foi divulgado um estudo, realizado pela MTM, sobre as perspectivas de crescimento do OTT Premium na América Latina. As principais dificuldades apontadas passam pela má qualidade da banda larga, pela desigualdade típica do continente e pelos altos níveis de pirataria. Mesmo assim, a expansão projetada para 2018 aponta avanços substanciais tanto no Brasil, como no México e na Argentina. E, a partir dessa expansão, a indústria do OTT Premium já prevê outros desafios: enfrentar a concorrência do conteúdo da TV aberta e viabilizar formas mais ágeis de pagamento. Os cartões de crédito e os hábitos de uso mais prático dessa tecnologia estão restritos a um público proporcionalmente pequeno, diante do potencial do OTT.

ARQUIVO OU ESTOQUE?

O estudo, que foi encomendado pela Ooyala e Vindicia, traz informações importantes para o mercado Latino Americano. Mas não considerou uma variável presente principalmente no Brasil. É a capacidade de adaptação às condições adversas, inclusive nos produtos que exigem alta tecnologia. É a evolução do “jeitinho brasileiro”. Afinal, alta tecnologia não funciona na gambiarra, “jeitinho” não resolve, tem que ser solução. Mas, solução abrangente, capaz de mitigar as carências de um mercado em transformação.

A plataforma EiTV CLOUD tem funcionalidades capazes de compensar parte do aperto na banda larga. Em situações de tráfego restrito ela automaticamente reduz, de maneira seletiva, parte do sinal. O conteúdo chega à audiência normalmente, ainda que com uma queda de qualidade. Na maioria das vezes é imperceptível. O aplicativo EiTV Play, para a audiência mobile, em versões Android e iOS, traz a conveniência da TV Everywhere, ampliando no tempo as possibilidades de acesso ao conteúdo. Produtos que já estão no mercado, atendendo clientes exigentes. O potencial projetado é para atender emissoras de todo porte, para dar nova oportunidade de mercado para a extensa produção nacional da TV aberta. São ferramentas disponíveis de imediato para transformar arquivos, em estoques de produtos altamente vendáveis.

A sabedoria popular, de longa data, já contava que, em casa que não tem TV, a filharada é grande. As facilidades da tecnologia mobile chegaram mais além, para colocar o entretenimento em outras importantes situações, mais furtivas ainda. É o eficiente efeito que a televisão já exercia há tempo, preenchendo o tempo e o pensamento com algum sossego. Perguntem às vovós de hoje.

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