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SUSPENSE NA TV AGORA FICA POR CONTA DO INVESTIMENTO

Futebol, mercado de capitais, dieta milagrosa. A palavra é “flutuação”, coisas que vão e voltam de uma hora pra outra, sem muitas explicações. No futebol, por exemplo, a temporada deste ano começou com o anúncio de que o Corinthians era o melhor time do mundo. Estava “em condições de disputar a Champions League”, segundo alguns especialistas. Poucas semanas depois o time caiu fora do Campeonato Paulista, nem disputou a final. Começou o Campeonato Brasileiro e antes da décima rodada o Técnico Tite mandou um recado pra torcida, dizendo que o Corinthians não tinha mais perspectivas de disputar esse título de 2015. Mais algumas semanas e o time subiu para o segundo lugar, com os mesmos pontos do primeiro, perdendo apenas nos critérios de desempate. Outro exemplo, agora sobre as dietas, é o fenômeno Detox, que começou a ser detonado. Menos de uma semana depois, já começaram a ganhar visibilidade vários estudos contrários, além das portarias que a vigilância sanitária baixou.

Até o mundo Fashion chega a ser uma referência estável perto do que é a televisão hoje. Televisão, como assim? Também não sei exatamente. Vamos falar daquele aparelho que se parece com a tela do computador, bem maior, porém. Só que não. O assunto está mais nos serviços que pretendem exibir naquela máquina tão famosa. Ah, e na investida desses serviços sobre outras telas, como o celular e o tablet.

COMCAST LANÇA SERVIÇO DO TIPO NETFLIX

No ano passado a Comcast, maior operadora de TV a cabo dos Estados Unidos, deu um golpe baixo no Netflix. Assim como no Brasil, as operadoras de cabo americanas também distribuem Internet banda larga. Quando a Comcast percebeu que o maior tráfego de dados dos clientes na Internet era para baixar filmes do Netflix, resolveu diminuir a velocidade de quem acessava o site de filmes. E começou a cobrar um “pedágio” do Netflix para devolver a velocidade pela qual o cliente já pagava. Em pouco tempo os órgãos reguladores acabaram com o pedágio. Mas a rusga permanece. Agora a Comcast anunciou para o final deste ano o lançamento experimental do próprio serviço OTT – que é o nome genérico da invenção do Netflix. O nome do novo concorrente é “Stream” e estará disponível para todos os assinantes no ano que vem.

A curiosidade agora está em como vai ser o serviço OTT da Comcast. E ainda, como vai ficar o serviço do Netflix, depois da entrada de um concorrente desses no mercado. Tem mais: como vão ficar os preços cobrados pelos produtores de conteúdo (como a Disney, os grandes de Hollywood), agora que mais um gigante estará disputando as produções? E como vai ficar a concorrência entre as produtoras, com a demanda por conteúdo crescendo tanto?

Tem ainda um outro fator recente que está impactando o mercado de TV por assinatura nos Estados Unidos, serviço presente em 85% dos lares do país. É a TV digital aberta. Os canais a cabo surgiram por causa da qualidade da imagem e do som que chegavam pela antena nos tempos da TV analógica, cheia de interferências. Mas agora, com a TV digital, a transmissão da TV aberta tem a mesma qualidade da TV por assinatura.

UM MODELO QUE CONHECEMOS BEM

Essa situação da TV americana fez surgir por lá um fenômeno popularmente conhecido como “cord cutting”. São os lares que estão cortando os custos com assinatura de canais de TV. As grandes do setor tentam entender melhor a razão disso. A primeira hipótese seria a combinação da TV aberta com o Netflix: notíciário, esportes e as informações mais comuns do dia a dia ficariam por conta das TVs abertas; filmes e séries, baixa do Netflix. Houve outras simulações, até que a empresa de pesquisas TDG resolveu sair a campo.

A primeira conclusão apurada pela TDG é que a culpa da queda nas assinaturas da Comcast não é do Netflix. O estudo aponta que, em 2012, 87% dos assinantes Netflix também assinavam TV a cabo ou por satélite. Em 2015, esse índice caiu apenas 3 pontos percentuais. A queda geral de assinantes da TV a cabo foi maior do que esses 3%. Olhando pelo lado desses assinantes de TV, em 2012, 36% deles também assinavam o Netflix. Em 2015, já subiu para 49%. Tirando os 3% que ficaram só com o Netflix, foram 13% a mais os que ficaram com a assinatura da TV e também com o Netflix. Seriam sinais de uma convivência harmoniosa? Em parte. É que os serviços a cabo vão além do sinal de TV. Os pacotes variam muito, do mais básico aos premium. Tem o faturamento pay per view, os pacotes intermediários, o DVR, que permite gravar na nuvem e ainda, a conexão Internet. Excetuando esta última, o assinante tem reduzido bastante os serviços além do básico. E é aí onde a receita das operadoras cai.

Mas afinal, por que as operadoras de TV a cabo estão perdendo assinantes? Por enquanto parece que está prevalecendo a lógica “brasileira”, como previmos aqui, há meses. A maior parte das assinaturas de TV canceladas só pode estar relacionada à opção pela TV digital aberta. Com a qualidade de som e imagem garantida nos canais gratuitos, parece que muita gente está preferindo economizar.

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