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A NATUREZA EVOLUTIVA E A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

Darwin emplacou sua brilhante teoria no século retrasado e então a inovação – ou evolução – passou a ser o quinto elemento conhecido da natureza: terra, fogo, ar, água e… inovação! Tudo que existe a partir da surpreendente armação engendrada pelos quatro primeiros, está destinado à evolução. As infinitas espécies que surgiram têm a missão de reproduzir e concorrerem entre si. E, assim, dar oportunidade para que a evolução nos leve sabe lá pra onde.

Inovação, portanto, foi a primeira coisa que aconteceu no mundo e nunca parou. A vida é apenas a mais disruptiva de todas. Você pode discordar, mas não vai ter a explicação correta para argumentar. De Aristóteles à NASA, filósofos e cientistas buscam uma definição que explique todas as formas de vida, mas ainda não encontraram. E sabe porque isso é mais importante agora? Para encontrar o ET, leia-se, um extraterrestre qualquer. Seria a segunda inovação mais disruptiva de todos os tempos e uma provável fonte de conhecimento, para gerar mais inovação.

Não é piada. Depois de trilhões de dólares os programas espaciais vislumbram encontrar vida em outra parte do Universo. O marketing para a indústria, esnobando tecnologia, “já deu” e as expedições ainda não trouxeram nada de curioso para cá. Nem papel, pólvora, nem um macarrão cósmico, ou seres de olhinhos puxados, nada. Assim o ovo de Colombo não para mais em pé.

Uma corrente filosófica, da qual faz parte a americana Carol Cleland, acha que a solução começa por esquecer tudo que já tentamos como definição do que seja vida. “A definição pode, na verdade, atrapalhar a busca por nova vida”, diz ela. “Nós precisamos nos afastar do nosso conceito atual, para que possamos estar abertos e prontos a descobrir a vida como ainda não conhecemos.” Ou, como ela diria aos amigos, pensar fora da caixa.

Por isso, esqueça o que se viu em Varginha, ou mesmo o personagem de Spielberg. Se até com a vida tem de ser assim, como é que você pensa enfrentar seu concorrente com os mesmos conceitos de sempre?

A REVIRADA DO VÍRUS

Uma das principais encruzilhadas para quem queria definir vida veio depois dos vírus. Até então, uma das abordagens mais aceitas relacionava sete processos envolvidos com todo tipo de vida: movimento, respiração, sensibilidade, crescimento, reprodução, excreção e nutrição. Quase nada disso acontece com os vírus, por isso muitos cientistas passaram a admitir que essa coisa microscópica não é viva. Outros distinguiram vida como algo relacionado a informações codificadas. Os vírus não comem, não respiram mas têm DNA ou RNA, que são códigos que carregam informações. É isso que lhes permite “parasitar” células que passam a fazer tudo que eles não são capazes para reproduzir o próprio DNA viral.

Mais um ponto para aquele pessoal que faz palestras em empresas: “-Informação é vida”, um bordão que já se ouviu em muitas delas. Se eles não acertaram em cheio, passaram bem perto.

Outra grande corrente que estuda a essência da vida está empenhada em produzir vida artificial, algo que seja vivo mas que não saia de dentro de outra coisa viva. Eles desenvolvem programas de computador baseados no padrão PMC – program, metabolism and container, que numa tradução livre ficaria “programa, metabolismo e recipiente”. Nesse modelo o DNA poderia ser um programa e a parede de uma célula, o recipiente. É mais ou menos o que eles tentam esquematizar sem a bioquímica que conhecemos.

“INOVAR É PRECISO. VIVER, MAIS AINDA”

A gente vai para a escola pra aprender, mas logo criam uma confusão na cabeça da gente com aquela conversa de que “ponto, reta e plano não se definem”. O tempo passa e a definição de ácido exclui o limão, amor também “não tem explicação” e agora até a vida, que está diante de nossos espelhos, ninguém sabe dizer o que é. E o pior, se souber, pode não conseguir mais evoluir, vai ficar preso na própria verdade. O que é mesmo que eu fui fazer na escola, se não conhecer verdades?

Não dá para escapar da escola, temos que continuar ouvindo os professores dizerem para depois esquecermos o que aprendemos. Porém, a sabedoria, que está além do mero conhecimento, mostra que a única certeza nessa vida é a mudança. Por isso adianta, sim, conhecer tanto sobre tantas coisas que vão mudar em breve.

O importante talvez seja saber utilizar o conhecimento que você tem agora para resolver as questões de agora. E isso, com certeza, passa pela sua vida pessoal. A vida, para você, também é algo desconhecido? Você não sabe exatamente o que significa vida? Essa dúvida está no cotidiano de muita gente. Talvez algum dia a Justiça tenha que decidir, como tem acontecido no Brasil com as questões mais candentes: “-Meritíssimo, quero requerer a indenização do meu seguro de vida. Posso provar que ela não pulsa mais na maior parte da minha rarefeita existência.”

Nessa hora os magos da auto ajuda costumam enfileirar verbos no modo imperativo como quem quer passar uma receita milagrosa: “dê um abraço em alguém, plante uma rosa no seu jardim, dance debaixo da chuva, adote seu próximo assaltante”. A melhor solução para as suas questões possivelmente não está no almanaque de algum guru, nem nos programas de educação permanente da sua empresa.

Se não houver criatividade e interesse em utilizar o saber para fazer o mundo um pouco mais a seu gosto, procurar mais conhecimento pode ser uma grande perda de tempo.

Mais do que nunca, para inovar no ritmo que se exige, as empresas precisam de pessoas e não de mais máquinas. Precisam da sabedoria que cada um desenvolve a partir das próprias experiências.

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